Parabéns pelo seu dia!
O DESENVOLVIMENTO DA ENFERMAGEM ATRAVÉS DA HISTÓRIA:
A enfermagem é uma profissão que surgiu empiricamente e se
desenvolveu, através dos séculos, em estreita relação
com a história da civilização, mas que nem sempre acompanhou
o desenvolvimento no campo científico.
Houve época em que a enfermagem era uma atividade regida pelo espírito
de serviço e humanismo, associado a crenças e superstições,
sem nenhuma fundamentação científica, ou então
épocas de maiores conhecimentos e habilidades, mas deficientes pelo
padrão moral dos elementos que a exerciam.
Podemos dividir a história da enfermagem em períodos assim
compreendidos.
1. Período antes de Cristo
O tratamento do enfermo depende estritamente do conceito de saúde
e de doença. Nesta época, os povos primitivos entendiam a doença
como um castigo dado pelos deuses, ou então como causada pelos efeitos
de um poder diabólico, exercido sobre os homens.
Os povos recorriam a seus sacerdotes ou feiticeiros, acumulando estes as
funções de médico, farmacêutico e enfermeiro.
O tratamento se limitava a aplacar as divindades e afastar os maus espíritos.
Os documentos daquela época nos forneceram idéia do tratamento
dispensado então aos doentes. Os mais antigos foram encontrados no
Egito, do ano 4688 A.C- ao ano 1552 da mesma era. Alguns destes documentos
relatam prescrições e fórmulas médicas seguidas
de fórmulas religiosas, que o doente devia pronunciar, enquanto ingeria
o medicamento. Por outro lado, quem preparava a droga, devia fazê-lo
ao mesmo tempo que dizia uma oração a lsis e a Hórus,
princípio de todo bem.
Esses documentos não mencionam nada sobre os hospitais e enfermeiros,
somente sobre a medicina, que era entrelaçada com crenças religiosas,
embora com desenvolvimento científico bem significativo para a época.
Reconheciam o coração como centro da circulação,
embora desconhecessem como esta se processava, e a respiração
como um ato de vital importância. Possuíam, junto aos templos,
ambulatórios para que os futuros sacerdotes médicos pudessem
praticar.
Na índia, os documentos do século VI A.C. nos forneceram dados
a respeito da enfermagem, medicina e existência de hospitais. Os hindus
exigiam que os enfermeiros tivessem: asseio, habilidade, inteligência,
conhecimento de arte
culinária e de preparo dos remédios. Moralmente, deveriam
ser: puros, dedicados e cooperadores.
A Grécia marcou esta época, pelo desenvolvimento e domínio da filosofia, das ciências, letras e artes e, principalmente, no campo da medicina. Foi ali que a medicina iniciou suas bases científicas, graças a Hipócrates, que recebeu a denominação de "O Pai da Medicina".
A Grécia marcou esta época, pelo desenvolvimento e domínio da filosofia, das ciências, letras e artes e, principalmente, no campo da medicina. Foi ali que a medicina iniciou suas bases científicas, graças a Hipócrates, que recebeu a denominação de "O Pai da Medicina".
2. Período da unidade cristã
O cristianismo, indiretamente, provocou uma transformação
na organização política e social, através da reforma
dos indivíduos e da família. Surgiu, nesta época, um
grande espírito de humanidade, e muitos cristãos, levados a
procurar uma vida mais santa e caridosa, se reuniam em pequenas comunidades,
que se dedicavam à assistência dos pobres, velhos, enfermos e
necessitados, em casas particulares ou hospitais, chamadas Diaconias.
Após o Edito de Milão (335), pelo qual Constantino dava aos
cristãos a liberdade de culto, muitos romanos transformaram seus palácios
em Casas de Caridade e inúmeros hospitais cristãos foram abertos.
Foi uma época áurea para os hospitais. Acrescendo a isto, destacou-se
a atuação das grandes Abadessas na melhoria da assistência
aos enfermos e elevação do nível da enfermagem. Entre
elas, ressaltamos o valor de Santa Hildegarda (século Xl), proveniente
de família nobre e que tornou-se uma das mais célebres Abadessas,
pelos seus grandes conhecimentos de Ciências Naturais, Enfermagem e
Medicina. Escreveu sobre doenças do pulmão, verminose, icterícia.
Dava grande importância à água em seus tratamentos e recomendava
às enfermeiras que proporcionassem freqüentes banhos aos seus
pacientes.
Neste período surgiram organizações, sob a forma religiosa-militar,
com a finalidade de libertar o túmulo de Cristo do domínio muçulmano
(Cruzadas) e proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém (Cavaleiros
de Lázaro, Cavaleiros de São João de Jerusalém
e Cavaleiros Teutônicos).
Essas organizações religiosas-militares prestavam cuidados
de "enfermagem" aos doentes e aos feridos.
O espírito de humanidade dominante naquela época muito contribuiu
para que os enfermos recebessem um bom padrão de assistência,
embora muito pouco tenha sido relatado especificamente sobre a enfermagem.
3. Período de decadência da Enfermagem
A baixa do espírito cristão repercutiu diretamente na enfermagem,
tanto na quantidade como na qualidade das pessoas que se dedicavam ao serviço
dos enfermos. Os donativos e a generosidade iam cada vez mais diminuindo,
os hospitais entrando em sérias dificuldades de funcionamento por falta
de recursos humanos e materiais. Aos poucos, a decadência se agravava,
ocasionando o fechamento de muitos hospitais. Outro fator que colaborou nessa
crise dos hospitais foi a Reforma religiosa provocada por Lutero, Henrique
Vlll e Calvino, que expulsou dos hospitais as religiosas que assistiam os
doentes, especialmente na Inglaterra.
Os cuidados prestados aos enfermos passaram a ser dados por pessoas de baixo
nível social e qualificação pessoal. Esta atividade passa
a ser um trabalho árduo e de baixa remuneração; não
havendo mais, ou muito pouco, o sentido cristão que regeu, por longa
época, a razão de assistir os necessitados. O desenvolvimento
científico da enfermagem naquela época foi muito pequeno, não
conseguindo acompanhar o avanço que a medicina tinha conseguido alcançar.
Mas, no século Xvll, surgiu São Vicente de Paulo, que fundou
o Instituto das Filhas de Caridade, que se dedicaram aos enfermos, o que reergueu
novamente a enfermagem e lhe deu o título de "Precursor da enfermagem
moderna".
No século XIX, surgiu Florence Nightingale, reformando totalmente
a enfermagem e iniciando uma outra fase para a profissão.
4. Período do Sistema Nightingale
(Sistema Moderno de Enfermagem)
Florence Nightingale nasceu em Florença, em 1820, proveniente de
família rica. Dotada de uma cultura muito acima do comum entre as moças
daquela época, demonstrou, desde muito cedo, uma tendência para
tratar dos enfermos, encontrando no início oposição da
família, por ser essa atividade, naquele tempo, exercida por pessoas,
de um modo geral, de nível educacional e padrão moral baixos.
Mas Florence, dotada de decidida vocação e marcante personalidade,
não desistiu diante do obstáculo que se lhe opunha. Aos 31 anos
conseguiu autorização para fazer estágio num hospital
mantido por entidade protestante.
Recebeu aí, as primeiras orientações sobre os cuidados
com os enfermos que não corresponderam ao que esperava. Sentiu então
a necessidade de um ensino de enfermagem fundamentado em bases científicas
e metódico.
Em 9 de julho de 1860, fundou em Londres, Inglaterra, a primeira escola
de enfermagem, funcionando junto ao Hospital St. Thomas. Estabeleceu que:
A direção da escola deveria ser exercida por uma enfermeira,
e não por médico, o que era comum nos poucos cursos dados
nos hospitais.
O ensino deveria ser metódico, e não apenas ocasional, através
da prática.
A seleção das candidatas deveria ser feita sob o ponto de
vista físico, moral, intelectual e de aptidão profissional.
Várias líderes surgiram dessa escola e introduziram o sistema
Nightingale em diversos países, através da fundação
de novas escolas.
Os cursos passaram a ser procurados por moças educadas e cultas;
a enfermagem passava a ser uma profissão honrosa e melhor aceita na
sociedade.
5. Enfermagem no Brasil
Desde a colonização do país, já se propunha
a abertura de Santas Casas, tipo "Misericórdias", muito comuns
em Portugal. A primeira destas foi fundada em 1543, após a fundação
da Vila de Santos, por Braz Cubas. Seguiram-se as do Rio de Janeiro, Vitória,
Olinda, Ilhéus e outras.
Quanto ao desempenho da atividade de enfermagem naquela época pouco
se sabe, a não ser a atuação dos Jesuítas na fundação,
direção e manutenção das obras de caridade, auxiliados
por voluntárias.
Entre os Jesuítas, destacou-se o Pe. Anchieta, que não se
limitou só à catequese mas estendeu sua atenção
ao campo da saúde e educação, tão carentes naquela
época.
Também os escravos recebiam orientação de seus senhores
para cuidar de doentes particulares.
Em 1852 as Irmãs de Caridade vieram para a Santa Casa do Rio de Janeiro,
e, à medida que estas aqui chegavam, iam-lhes sendo entregues os estabelecimentos
de assistência.
No século XIX surgiram algumas iniciativas de abertura de cursos
relacionados com a enfermagem. Abriu-se, junto à escola de Medicina
da Bahia, o curso de parteiras. Tempos depois os psiquiatras sentiram a necessidade
de preparo para os que se dedicassem ao cuidado dos enfermos mentais, fundando
no Rio de Janeiro a Escola Alfredo Pinto, mas com bases bem rudimentares.
No tempo do Império, raros nomes se destacaram, merecendo especial
atenção o de Ana Néri. Nascida na Bahia, destacou-se
no cenário da enfermagem brasileira, como voluntária na guerra
do Paraguai. Sua participação na assistência dos feridos,
foi marcante, sendo denominada "Mãe dos Brasileiros".
Em 1923, com a fundação da Escola de Enfermagem Ana Néri,
no Rio de Janeiro, que procurou seguir o sistema Nightingale, é que
a enfermagem brasileira passou por um desenvolvimento maior. Muitas outras
escolas foram abertas, seguindo o mesmo sistema, surgindo daí líderes
que atuaram em diversas entidades, como diretoras, ou na assistência
aos enfermos sempre voltadas para os três elementos que são indispensáveis
na profissão de enfermagem: Ideal, Arte e Ciência.
O que é enfermagem?
Enfermagem é a arte de cuidar e também uma ciência cuja
essência e especificidade é o cuidado ao ser humano, individualmente,
na família ou em comunidade de modo integral e holístico, desenvolvendo
de forma autônoma ou em equipe atividades de promoção,
proteção, prevenção e recuperação
da saúde.
O conhecimento que fundamenta o cuidado de enfermagem deve ser construído
na intersecção entre a filosofia, que responde à grande
questão existêncial do homem, a ciência e tecnologia, tendo
a lógica formal como responsável pela correção
normativa e a ética, numa abordagem epistemológica efetivamente
comprometida com a emancipação humana e evolução
das sociedades.
No Brasil, o enfermeiro é um profissional de nível técnico
e superior da área da saúde, responsável inicialmente
pela promoção, prevenção e na recuperação
da saúde dos indivíduos, dentro de sua comunidade. O enfermeiro
é um profissional preparado para atuar em todas as áreas da
saúde: assistencial, administrativa e gerencial.
Dentro da enfermagem, encontramos o auxiliar de enfermagem (nível fundamental) e o técnico de enfermagem, (nível médio) ambos confundidos com o enfermeiro, entretanto com funções distintas, possuindo qualificações específicas.
Dentro da enfermagem, encontramos o auxiliar de enfermagem (nível fundamental) e o técnico de enfermagem, (nível médio) ambos confundidos com o enfermeiro, entretanto com funções distintas, possuindo qualificações específicas.
Na maioria dos países, (Ex:Portugal) não existem estas subdivisões.
O Enfermeiro de cuidados gerais exerce todas as funções inerentes
ao seu cargo, previsto na carreira de enfermagem, não existindo desta
forma duvidas quanto à função de cada elemento da equipe
multidisciplinar.
Todos os enfermeiros possuem, pelo menos, uma licenciatura em ciencias de
enfermagem.
Prestam assistência ao paciente ou cliente em clínicas, hospitais,
ambulatórios, empresas de grande porte, transportes aéreos,
navios, postos de saúde e em domicílio, realizando atendimento
de enfermagem; coordenam e auditam serviços de enfermagem, implementam
ações para a promoção da saúde junto à
comunidade.
O enfermeiro está apto a prescrever, salvo com critérios de
cada instituições que elaboram protocolos específicos
com medicações padronizadas pelos médicos.
Fonte: www.saudebh.com
Postado por: Equipe CMS Mario Vitor
Rio de Janeiro, 12 de Maio de 2013.
0 comentários:
Postar um comentário